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    Hepatomegalia: por que o fígado aumenta de tamanho?

    Entenda as principais causas, de hepatites a condições do sangue, e saiba qual especialista procurar para o diagnóstico e o tratamento

    Fonte: Dr. Hilton LeãoHepatologistaPublicado em 16/09/2025, às 14:26 - Atualizado em 17/09/2025, às 10:42

    hepatomegalia

    Entenda as principais causas, de hepatites a condições do sangue, e saiba qual especialista procurar para o diagnóstico e o tratamento 

    O fígado é um órgão vital e silencioso, que trabalha sem parar. Quando ele dá um sinal de que algo não vai bem, é importante ficar atento. E um desses sinais é a hepatomegalia, ou seja, o aumento do volume do fígado. E isso acontece quando o órgão reage a alguma condição, que pode ir de uma inflamação passageira a uma doença mais complexa.

    Hepatomegalia: o que é? 

    Hepatomegalia é o termo médico para um fígado com o volume aumentado. Ou seja: quando o órgão cresce além do seu tamanho normal. Não é uma doença em si, mas a manifestação de um problema de saúde. 

    Esse aumento é uma resposta do fígado a algum tipo de agressão ou sobrecarga. O órgão pode inflamar ou inchar ao tentar combater uma infecção ou processar substâncias tóxicas, por exemplo.  

    Possíveis causas para a hepatomegalia 

    As causas mais frequentes para o aumento do fígado são as inflamações, conhecidas como hepatites. Entre elas, as infecções por vírus e a hepatite alcoólica, que acontece pelo consumo excessivo e contínuo de álcool, levando a uma resposta inflamatória no órgão. 

    Mas a hepatomegalia também pode ser causada por infecções parasitárias como, por exemplo, a esquistossomose. Essa doença é causada por um parasita e pode afetar o fígado, levando ao seu crescimento. 

    Temos ainda doenças hematológicas como a leucemia mielomonocítica crônica (LMMC) e a mielofibrose que podem também determinar um aumento volumétrico do fígado. 

    Uma outra possibilidade é a doença hepática gordurosa metabólica, também conhecida como gordura no fígado, frequentemente relacionada ao excesso de peso e síndrome metabólica. 

    Vale ainda mencionar condições hereditárias mais raras, como a glicogenose, que se trata de um problema no armazenamento de açúcar (glicogênio) no corpo e que geralmente afeta o fígado e os músculos. 

    Formas de prevenir 

    Não é possível prevenir a hepatomegalia diretamente, mas sim as doenças que a causam. E isso passa pela adoção de um estilo de vida mais saudável e atenção aos principais fatores de risco para as doenças hepáticas. 

     As principais recomendações, baseadas nas causas mais comuns, são: 

    • Manter a carteira de vacinação em dia, especialmente com a vacina contra a hepatite B; 
    • Evitar o excesso de bebidas alcoólicas, o que ajuda a prevenir a inflamação e os danos ao fígado. 
    • Cuidar da saúde metabólica, mantendo o peso corporal adequado, ajustando a dieta e praticando exercício físico. 
    • Viver em ambiente com saneamento básico adequado e evitar a exposição ao caramujo que ajuda na disseminação da doença.

    Sintomas da hepatomegalia 

    O principal sintoma da hepatomegalia é a dor ou o desconforto na parte superior direita do abdômen, que pode ser percebida como uma sensação de peso ou inchaço.

    No entanto, muitas vezes o aumento do fígado é silencioso e só é descoberto durante um exame físico de rotina ou um exame de imagem feito por outro motivo.

    Quando outros sintomas aparecem, eles geralmente estão mais ligados à doença de base do que ao aumento do fígado em si. É o caso da fadiga e do cansaço intenso, que podem acontecer em pessoas com doenças hematológicas como a mielofibrose. 

    Outros sinais que podem surgir são a icterícia – coloração amarelada na pele e na parte branca dos olhos – e o aumento do baço. Em alguns casos, como na mielofibrose e doenças parasitárias, o baço também pode aumentar de tamanho junto com o fígado.

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    Qual médico procurar? 

    O médico especialista mais indicado para investigar e tratar as condições do fígado é o hepatologista. É este profissional que possui formação e conhecimento para diagnosticar as causas da hepatomegalia. 

    Exames que auxiliam no diagnóstico da hepatomegalia 

    Depois do exame físico no consultório, o exame mais comum nesta etapa inicial é a ultrassonografia de abdômen. Com ele, o médico consegue visualizar o tamanho real do fígado e analisar sua estrutura em busca de alterações. 

    Se confirmando o aumento, o próximo passo é realizar um conjunto de exames de sangue para identificar a causa. São eles que fornecem pistas sobre o funcionamento do fígado. 

    O que o hepatograma avalia? 

    O hepatograma é um conjunto de exames de sangue que ajuda a checar a saúde do fígado. Ele não dá um diagnóstico sozinho, mas, quando analisado em conjunto com os sintomas e outros exames, ajuda o médico a entender o que está acontecendo. Ele avalia diferentes substâncias produzidas ou processadas pelo fígado. 

    Entendendo as enzimas TGO e TGP 

    Dentro do hepatograma, a medição de TGO e TGP é uma das análises mais importantes. Essas são enzimas que ficam dentro das células do fígado. Quando o órgão sofre alguma lesão ou inflamação, essas células se rompem e liberam as enzimas na corrente sanguínea. Níveis elevados de TGO e TGP no sangue são, portanto, um forte indicativo de que há um dano hepático em andamento. 

    O papel da bilirrubina 

    A dosagem de bilirrubina também faz parte do hepatograma. Ela é um pigmento amarelado que resulta da destruição natural dos glóbulos vermelhos do sangue. O fígado é responsável por processar essa substância para que ela possa ser eliminada do corpo. Se o fígado não está funcionando bem, a bilirrubina se acumula no sangue, podendo causar a icterícia. 

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    Formas de tratamento 

    O tratamento da hepatomegalia é direcionado à doença ou condição está por trás do problema. Se a causa for uma hepatite viral, por exemplo, o tratamento pode envolver medicamentos antivirais. Caso seja uma hepatite alcoólica, deve-se suspender imediata e completamente o consumo de álcool. 

    No caso de doenças hematológicas, o tratamento será o específico para aquela condição, definido pelo médico onco-hematologista. Se a causa for uma infecção parasitária, usam-se medicamentos contra o parasita.  

    No caso da esteatose hepática, a síndrome metabólica deve ser tratada para a melhora do acometimento do fígado.

     

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