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    Hirsutismo: desequilíbrio hormonal pode causar a condição

    Crescimento excessivo de pelos grossos e escuros pelo corpo podem indicar desequilíbrio hormonal

    Por Raquel RibeiroPublicado em 15/08/2023, às 18:37 - Atualizado em 12/04/2024, às 11:46

    hirsutismo

    O hirsutismo ocorre quando há um excesso de pelo terminal em áreas que não são comuns no corpo feminino, como face e parte interna das coxas. Para entender essa condição, é importante conhecer os tipos de pelo do corpo humano. 

    Os pelos são divididos em três tipos: 

    Terminal: são os pelos mais espessos, escuros e longos, comuns no couro cabeludo, sobrancelha, barba, e em algumas pessoas também no tórax, axilas e regiões pubianas. Crescem de forma mais lenta, mas são mais resistentes. 

    Lanugo (ou lanugem): é o primeiro tipo de pelo que temos que começa a ser desenvolvido ainda no útero e, por isso, muito fino, macio e quase imperceptível. Ele faz parte do desenvolvimento fetal e não deve ser motivo de preocupação.

    Velus: também fino e curto, os pelos velus são os mais comuns e encontrados na maior parte do corpo humano em áreas como o rosto, braços, pernas e tronco. Eles são caracterizados por sua textura macia e cor clara e desempenham um importante na regulação da temperatura corporal e na proteção contra irritações.  

    A quantidade e o padrão dos tipos de pelo podem ser influenciados por fatores genéticos, hormonais e individuais. Por isso, é natural que o pelo varie de uma pessoa para pessoa, mas quando a quantidade do pelo terminal é muito expressiva, é importante observar as possíveis causas. 

    Continue a leitura e saiba mais sobre o assunto. 

    O que é hirsutismo? 

    Hirsutismo é definido como a presença excessiva de pelo terminal, ou seja, pelo escuro, grosso e encaracolado em áreas que não são comuns no corpo feminino, como: 

    • Face; 
    • Tórax; 
    • Dorso; 
    • Região inferior do abdome;  
    • Parte interna das coxas. 

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    Qual hormônio causa o hirsutismo feminino? 

    Os hormônios que causam hirsutismo são os chamados hormônios androgênicos. Nesse sentido, a testosterona é o principal deles, seguido de androstenediona, DHEA (dehidroepiandrosterona) e S-DHEA (sulfato de DHEA). O hirsutismo ocorre quando há um desequilíbrio nos níveis desses hormônios. 

    Como é feito o diagnóstico? 

    O diagnóstico hirsutismo é realizado em quatro etapas: 

    • Anamnese: realização de entrevista detalhada, onde são coletados dados como a idade da paciente, rapidez e intensidade na progressão do hirsutismo, histórico menstrual, medicamentos em uso e histórico familiar;  
    • Exame físico: feito com uma avaliação do índice de massa corporal (peso e altura) do paciente, que ajuda a identificar pacientes com maior risco de distúrbios hormonais que possam causar o hirsutismo. Outro exame é feito por meio de uma escala chamada Ferriman, onde o profissional responsável pelo exame vai avaliar e quantificar a presença de pelos no corpo da paciente;  
    • Avaliação laboratorial: por meio da dosagem de hormônios, tais como: LH: hormônio luteinizante, desempenha papel fundamental na ovulação. FSH: hormônio folículo estimulante, regula as atividades dos ovários. 
    • Estradiol: principal hormônio produzido pelo folículo ovariano, responsável por desenvolver diversas características femininas. 
    • Estrona: estrogênio produzido pelos ovários e que atua no sistema nervoso, reprodutivo, musculoesquelético e cardiovascular. 
    • Progesterona: responsável por regular o ciclo menstrual e importante na gravidez. 
    • Testosterona total e livre: principal hormônio masculino, mas também presente no organismo feminino. 
    • SHBG: globulina ligadora de hormônios sexuais é uma proteína que se liga aos hormônios sexuais. 
    • S-DHEA: a dehidroepiandrosterona contribui com as características masculinas, como crescimento dos pelos. 
    • DHEA: desidroepiandrosterona é um hormônio responsável por participar na produção de hormônios sexuais, como testosterona e estrogênio. 
    • Androstenediona:  precursor da testosterona, ou seja, é produzido pelos ovários ou testículos e depois transformado em testosterona. 
    • Prolactina: hormônio relacionado ao aleitamento. 
    • Cortisol: hormônio que ajuda a regular o estresse, reduzir inflamações e fortalecer o sistema imune. 
    • TSH: hormônio tireoestimulante, ou seja, que tem como função estimular a tireoide que atua no metabolismo 
    • T4 livre: hormônio da tireoide importante para o bom funcionamento da glândula, entre outros. 
    • Exames de imagem: como ultrassonografia transvaginal ou pélvica, ressonância magnética pélvica e tomografia de abdome. 

    Como é feito o tratamento para hirsutismo feminino? 

    Com relação às linhas de tratamento do hirsutismo, existem as seguintes opções: 

    • Tratamento mecânico: depilação com cera, lâminas ou a laser; 
    • Tratamento tópico: cremes dermatológicos; 
    • Tratamento cirúrgico: remoção cirúrgica da fonte produtora de hormônios andrógenos nos casos de tumores de ovários, tumores adrenais, ou seja, quando ocorre um descontrole das células da medula ou do córtex, ou hipertecose de ovários, distúrbio que causa aumento da testosterona; 
    • Terapia hormonal: para equilibrar os níveis hormonais no organismo com melhora do hirsutismo entre 6 e 9 meses de tratamento. 

    Qual médico procurar? 

    Endocrinologistas, dermatologistas e ginecologistas são os profissionais mais indicados para acompanharem e tratarem o hirsutismo.  É importante consultar um médico se você achar que está enfrentando hirsutismo para obter um diagnóstico adequado e discutir opções de tratamento disponíveis. 

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    Fonte: Dra. Aline Cristina Pereira Teles, endocrinologista, membro titular da Sociedade Brasileira de Endocrinologia 

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