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Menopausa: sintomas, duração e tratamento

Última menstruação da vida da mulher, a menopausa é antecedida e sucedida por diferentes sintomas

Por Tiemi OsatoPublicado em 09/11/2022, às 14:21 - Atualizado em 29/11/2023, às 18:40

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Você já ouviu alguém dizer que “está” na menopausa? Geralmente, as pessoas falam como se fosse um período. Mas, na verdade, a menopausa é um evento pontual: a última menstruação da vida de uma mulher. E o período no qual isso ocorre é chamado de climatério.

Qual é a diferença entre climatério e menopausa?

O climatério engloba a pré-menopausa, a própria menopausa e a pós-menopausa. Ele corresponde à transição da fase reprodutiva para a não reprodutiva.

“Na prática, as mulheres chamam de menopausa o que nós, médicos, chamamos de climatério na pós-menopausa”, explica o ginecologista Luciano de Melo Pompei, presidente da Comissão de Climatério da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia).

A confusão entre os termos acaba acontecendo porque não é tão simples dizer qual é a última menstruação de uma mulher. A menopausa só pode ser identificada depois de 12 meses sem menstruação. Mas existem, sim, alguns sinais que o organismo mostra que está passando por um momento diferente. Falaremos deles em breve.

O que acontece antes da menopausa?

Toda mulher nasce com um número determinado de folículos (pequenas estruturas, localizadas no ovário, que abrigam os óvulos). A partir do momento em que ela entra na fase reprodutiva da vida, passa a ovular, esgotando os folículos aos poucos.

No climatério, há uma redução significativa da quantidade de folículos. Esse período também é marcado pela queda expressiva dos níveis de estrogênio produzido pelos ovários.

“Com o passar dos anos, a possibilidade de a mulher engravidar, a função ovariana e a produção de estrogênio pelos ovários vão diminuindo”, resume Marisa Patriarca,  ginecologista especializada em Endocrinologia Ginecológica e Climatério e professora doutora e orientadora da pós-graduação do Departamento de Ginecologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

+LEIA MAIS: Quer engravidar? Veja principais tratamentos

Entre esses fenômenos, o principal responsável pelos sintomas característicos da menopausa é a queda de estrogênio. Isso porque esse grupo de hormônios não serve só para regular o ciclo menstrual, mas age ainda sobre o coração e os vasos sanguíneos, os ossos, o trato urinário, a pele e até o cérebro.

Quais são os sintomas da menopausa?

A grande maioria das mulheres têm sintomas que indicam a proximidade da menopausa. “Cerca de 80% são sintomáticas”, comenta Patriarca.

Mas vale lembrar que esses sinais variam de pessoa para pessoa, sendo influenciados, por exemplo, pelo estilo de vida.

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Abaixo, elencamos as principais manifestações que antecedem e sucedem a última menstruação:

Pré-menopausa

Na fase da pré-menopausa, o sintoma mais comum é a irregularidade menstrual. Os ciclos podem ficar mais curtos ou mais longos, e o volume de menstruação pode aumentar. Também são frequentes a irritabilidade e a retenção hídrica.

Além disso, as mulheres podem ter ondas de calor (fogachos), sudorese noturna, oscilações de humor, alterações de sono, dores de cabeça, dores no corpo, palpitações e vertigens.

Quanto tempo dura?

O período entre o início das primeiras manifestações até a parada definitiva da menstruação é a transição menopausal. Normalmente, dura em torno de 2 a 3 anos”, explica Luciano Pompei.

A menopausa em si costuma ocorrer por volta dos 50 anos, podendo variar, no geral, entre 40 e 55 anos.

Pós-menopausa

Depois da última menstruação, parte dos sintomas se mantém, como as ondas de calor, a transpiração, as alterações de sono e as oscilações de humor.

Após alguns anos da menopausa, tornam-se comuns a atrofia vaginal, a secura vaginal, as alterações urinárias e a pele seca (por causa da perda de colágeno).

Outras condições relacionadas

A pós-menopausa não só tem sintomas típicos como também apresenta alguns riscos. Nessa fase, é maior a suscetibilidade à osteoporose e doenças cardiovasculares. Isso porque há diminuição do estrogênio, hormônio que protege os vasos sanguíneos e ajuda a evitar a perda de massa óssea.

Tratamento para menopausa

Nem sempre é preciso buscar um tratamento para o climatério. Mas recorrer a terapias pode ser especialmente benéfico se:

  • os sintomas forem intensos a ponto de atrapalhar a rotina;
  • houver um risco maior de desenvolver osteoporose;
  • houver atrofia urogenital.

“Os tratamentos são bastante variados, porém, em essência, o que se considera mais efetivo para o climatério é a reposição hormonal”, afirma Pompei. “Ela é feita pela administração de estrogênio e, para as mulheres que têm útero, estrogênio e progesterona”, complementa.

Importante ressaltar que não basta ter indicação para tratamento: é fundamental não ter contraindicações. Há doenças como câncer de mama e trombose que contraindicam a terapia hormonal – e, para essas situações, tratamentos alternativos podem ser considerados.

Também vale ficar de olho no tempo. “Há uma época oportuna para iniciar a terapia hormonal: quanto mais próxima a mulher estiver da última menstruação, maiores os benefícios que ela vai ter, principalmente cardiovasculares, do que riscos”, diz Patriarca.

Por outro lado, quanto mais tempo a mulher passar sem a proteção do estrogênio, maiores os riscos cardiovasculares. “Por isso, é muito importante que se procure um médico para o tratamento individualizado assim que a mulher começar a apresentar os primeiros sintomas de que terá a menopausa, sobretudo os fogachos”, aconselha a ginecologista.

E, independentemente de tratamentos, sempre lembrar que manter hábitos saudáveis – dieta equilibrada, prática regular de atividades físicas e cessação do tabagismo, por exemplo – é essencial para cuidar do corpo, diminuir o risco de doenças e favorecer a qualidade de vida.

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