Microbiota intestinal e boa forma
Cuidar dos organismos que habitam o intestino pode ajudar você a conquistar um peso saudável
Já ouviu falar que a nossa microbiota intestinal interfere diretamente na boa forma? Realmente, os micro-organismos que habitam o intestino humano têm relação com a regulação do peso e obesidade e, por isso, muito tem se falado sobre eles.
Neste artigo, você vai ler:
Aqui, vou falar mais sobre isso, para que você entenda melhor o que acontece e não caia no charlatanismo de fórmulas mágicas para perder peso.
Vem comigo!
Mas antes, o que é microbiota intestinal?
O nosso trato gastrointestinal é povoado por trilhões de micro-organismos como bactérias, fungos, vírus, que chamamos de microbiota intestinal.
Após o nascimento, cada pessoa adquire uma microbiota única, influenciada por vários fatores, incluindo até mesmo o tipo de parto, a amamentação, a idade da mãe, uso de antibióticos e a alimentação.
Os estudos sobre a microbiota são antigos. No início de 1900, um zoólogo e microbiologista russo chamado Élie Metchnikoff, postulou a teoria de que a microbiota intestinal influenciava a homeostase e o metabolismo do hospedeiro.
Hoje em dia esses estudos estão sendo ainda mais divulgados e muito se tem falado sobre microbiota intestinal e boa forma, além da relação com o metabolismo e a imunidade.
Qual a importância da microbiota intestinal?
Ainda que exista um grande interesse por microbiota intestinal e boa forma, a coisa é mais complexa e interessante.
Esses micro-organismos que compõem a microbiota dos seres humanos são importantes para a homeostase corporal, ou seja, para manter em equilíbrio as condições internas do corpo, como temperatura pH, pressão arterial, concentração de água, etc, Assim, eles participam da digestão, da regulação energética, da produção de ácidos graxos de cadeia curta, da síntese de vitaminas, dos processos imunológicos.
A microbiota é conhecida como um “órgão”. Ela pode contribuir para a saúde humana, mas, em condições específicas, podem acontecer desequilíbrios em seu perfil que contribuem para o desenvolvimento de doenças.
Um dos estudos sobre o assunto é o Projeto Microbioma Humano, que permitiu caracterizar o microbioma intestinal de pessoas saudáveis. Posteriormente, este projeto auxiliou na identificação da microbiota de pessoas com problemas de saúde, como diabetes, obesidade, autismo e síndrome do intestino irritável.
Os dados sugerem que as bactérias que habitam no intestino humano podem ter relação com a gênese da obesidade e outras doenças crônicas não transmissíveis.
Sabe-se que manter uma microbiota intestinal diversas e estável é importante para a saúde do ser humano. Pessoas com obesidade têm demonstrado uma redução na diversidade das populações microbianas. Metabólitos como o butirato, produzido a partir de micróbios intestinais, podem ser benéficos para aumentar o metabolismo de humanos.
Mas claro, é importante lembrar: mais estudos são necessários, pois ainda há muitas perguntas a serem respondidas e, ao falarmos de obesidade, estamos nos referindo a uma condição multifatorial, cujo desenvolvimento envolve o estilo de vida, alimentação, atividade física, mecanismos neuronais e hormonais, fatores genéticos, sociais, culturais, psicológicos e ambientais.
Dieta do microbioma?
Diante dessas descobertas e considerando que nossa sociedade é muito focada no peso e no corpo, as pessoas passaram logo a relacionar microbiota intestinal e boa forma e existe até mesmo uma dieta do microbioma. Sim, mais uma dieta!
Ela promete elevar a qualidade das bactérias presentes no intestino, contribuindo para restabelecer a saúde intestinal e a perda de peso.
No entanto, a Dieta do Microbioma é um programa de três fases, bem restritivas. Ela desencoraja a ingestão de açúcar adicionado e alimentos industrializados ou fritos, mas também exclui sucos de frutas, grãos contendo glúten, ovos, alguns laticínios, alguns tipos de peixes e carnes, e chega até mesmo a cortar frutas e vegetais.
Por outro lado, incentiva o consumo de alimentos orgânicos e a ingestão de vários suplementos. Também desencoraja o uso de produtos de limpeza domésticos e produtos de higiene pessoal não naturais, bem como o uso excessivo de certos medicamentos.
Qual o problema dela? Trata-se de uma dieta restritiva e, como sabem, não sou a favor de restrições alimentares. Nosso cérebro odeia dietas e tantas regras alimentares nos deixam estressados e com mais desejo pelos alimentos proibidos.
Além da dieta do microbioma, você pode encontrar por aí outras dietas da moda, suplementos, probióticos e prebióticos que são vendidos com a promessa de potencializar sua microbiota. No entanto, não existem evidências científicas de que esses elementos, sozinhos, sejam responsáveis pela saúde da microbiota intestinal.
Por isso, em vez de seguir dietas restritivas ou fórmulas mágicas, eu separei 3 dicas, que me parecem bem mais simples e sustentáveis e podem contribuir para a saúde do seu intestino, sem estresse.
1- Acredite no poder na comida
Em vez de gastar dinheiro com suplementos alimentares sem necessidade, prebióticos e probióticos e restrição alimentar, coma melhor e não menos.
Isso mesmo. Deixe as dietas de lado e tenha uma alimentação variada, rica em comida fresca e caseira, aumentando o consumo de frutas, legumes e verduras. Assim você vai ajudar a microbiota e a sua saúde.
Você também pode apostar em alimentos fermentados (se gosta deles!), mas sabendo que é possível comer de tudo. Não precisa cortar o doce, nem carboidratos ou gorduras. Só é necessário ter moderação.
2- Não foque no peso
Em vez de focar na perda de peso e ficar pensando em microbiota intestinal e boa forma, adote bons hábitos de vida que irão ajudar na sua saúde e como consequência poderão levar a alguns quilos a menos na balança.
Mas nada de buscar uma perda irreal ou um corpo perfeito. Lembre-se que magreza não é sinônimo de saúde e que existem corpos saudáveis de todos os tamanhos e formas.
3- Não busque fórmulas mágicas
Nada de atalhos, como alimentos milagrosos, dieta do microbioma ou outras dietas restritivas.
Até porque nada disso funciona a longo prazo. As dietas restritivas podem até dar certo no primeiro momento e levar a uma perda de peso inicial, mas com o tempo o corpo entende que estamos passando por um momento de privação, reduz o metabolismo e aumenta nosso apetite. O resultado geralmente é o efeito sanfona. Sem falar que a restrição alimentar também pode causar um desequilíbrio na microbiota.
Bon appétit!