O que é neurossonografia fetal?
Exame é capaz de fornecer informações detalhadas sobre o sistema nervoso central do feto
O sistema nervoso central (SNC) é uma das estruturas do feto que mais passa por mudanças ao longo da gravidez. Ele também é complexo e exige uma avaliação minuciosa, que exames ultrassonográficos de rotina do pré-natal nem sempre conseguem viabilizar. Foi por isso que surgiu a neurossonografia fetal.
Neste artigo, você vai ler:
Esse método, como o nome já adianta, é uma ultrassonografia do sistema nervoso central do feto — só que mais detalhada.
O exame é capaz de analisar as estruturas do cérebro e da coluna em diferentes planos, possibilitando que os médicos tenham uma visão mais precisa do SNC e identifiquem eventuais alterações congênitas.
Geralmente, a neurossonografia fetal é realizada pela via abdominal. Em alguns casos, pode ser necessário complementar o exame pela via transvaginal.
Por que a neurossonografia fetal é importante?
Seja em situações de baixo ou alto risco, a neurossonografia fetal é um instrumento útil para garantir que o sistema nervoso central se desenvolva normalmente.
Além disso, é um método bastante vantajoso para detectar malformações.
Isso é especialmente relevante se pensarmos que as alterações congênitas do SNC pertencem ao segundo grupo de anomalias mais comuns em fetos, sendo observadas em 1 a 2 casos a cada 1.000 nascimentos.
Sabe-se ainda que elas estão associadas a altas taxas de mortalidade e morbidade e que influenciam o desenvolvimento neurocognitivo e motor dos bebês que sobrevivem.
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Por isso, ficar de olho nessas alterações por meio da neurossonografia fetal é um bom caminho para que os pais da criança recebam instruções adequadas sobre o acompanhamento da gestação, conheçam as possibilidades terapêuticas fetais e saibam quais são as opções de tratamento pós-natal.
A neurossonografia fetal é recomendada em quais casos?
Qualquer gestante pode ser submetida à neurossonografia fetal. O exame é indicado com mais ênfase quando a mulher apresenta fatores de risco para o desenvolvimento de fetos com malformação do sistema nervoso central. É o caso de grávidas com:
- História de consanguinidade
- Antecedentes de malformações cerebrais ou doenças gênicas na família
- Infecções congênitas
- Uso de medicações com potencial teratogênico
- Exposição à radiação ou substâncias químicas
- Suspeita diagnóstica de alguma malformação do SNC do feto no exame ultrassonográfico pré-natal de rotina
A neurossonografia fetal deve ser feita a partir da 20ª semana de gestação, dando preferência ao intervalo de 26 a 32 semanas. Também é recomendado realizar esse exame somente após a ultrassonografia morfológica do segundo trimestre.
Caso haja indicação médica, a neurossonografia pode ser feita em outros momentos da gravidez.
Fontes: Hérbene José Figuinha Milani, médico no ambulatório de Neurossonografia Fetal da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp); Rita de Cássia Alam Machado, coordenadora de Medicina Fetal da regional de São Paulo da Dasa.