Posição Fetal: saiba como ela afeta o parto e a saúde do bebê e da gestante
O ultrassom obstétrico é o exame de imagem mais utilizado para confirmar a posição fetal
A posição fetal refere-se à forma como o bebê está localizado dentro do útero da mãe nas semanas que antecedem o parto. Essa posição é um fator que precisa ser considerado durante a gravidez, pois pode influenciar o tipo de parto e a segurança tanto para a mãe quanto para o bebê. Entenda como os diferentes tipos de posições e apresentações fetais interfere no acompanhamento do pré-natal.
Neste artigo, você vai ler:
Posição Fetal: o que é qual a relevância para a saúde do bebê e da gestante?
A posição fetal é a posição em que o corpo do bebé se encontra dentro do útero antes do parto. Ela descreve a relação entre o eixo longo do feto e o eixo longo da mãe (chamada de situação), a parte do corpo do feto que está mais próxima do canal de parto (apresentação) e a orientação dessa parte em relação à pelve materna (posição).
A situação ideal é a longitudinal, onde a coluna do feto está paralela à da mãe. A apresentação mais comum e ideal para o parto vaginal é a cefálica, com a cabeça do bebê voltada para baixo.
E, dentro da apresentação cefálica, a posição occipital anterior, onde a parte de trás da cabeça do bebê está voltada para a frente da mãe, é a mais favorável para um parto vaginal tranquilo.
A posição fetal é essencial para a saúde do bebê e da gestante. Uma posição fetal desfavorável pode levar a complicações durante o trabalho de parto e o parto em si, aumentando a necessidade de intervenções médicas como o uso de fórceps, vácuo extrator ou a realização de uma cesárea.
Quais são os tipos de posição fetal?
Existem diversas apresentações e posições fetais. As principais apresentações são:
- Cefálica: o bebê está de cabeça para baixo. É a apresentação mais comum e ideal. Dentro da apresentação cefálica, as posições podem variar de acordo com a orientação da parte de trás da cabeça do bebê (occipital) em relação à pelve materna (anterior, posterior, transversal). A occipital anterior é a mais favorável.
- Pélvica (Breech): o bebê está sentado, com as nádegas ou os pés voltados para baixo. Existem diferentes tipos de apresentação pélvica, dependendo de como as pernas do bebê estão posicionadas. De acordo com a Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), a apresentação pélvica ocorre em 3 a 4% das gestações a termo.
- De face: a cabeça do bebê está hiperextendida, apresentando o rosto.
- De fronte: a cabeça do bebê está parcialmente estendida, apresentando a fronte.
- Córmica (transversa): o bebê está deitado de lado no útero, com o ombro voltado para o canal de parto.
A situação longitudinal (bebê com a coluna paralela à da mãe) é a mais comum na apresentação cefálica e pélvica. A situação transversa ocorre na apresentação córmica.
Quais riscos a posição fetal incorreta pode trazer para o bebê?
Quando a posição fetal não é a ideal para o parto vaginal, como nas apresentações pélvica, de face, de fronte ou córmica, ou na posição occipital posterior persistente, o trabalho de parto pode ser mais demorado e complicado.
Na apresentação pélvica, por exemplo, há um risco aumentado de prolapso do cordão umbilical, onde o cordão sai antes do bebê, podendo comprometer o fluxo de oxigênio. Há também um risco maior de lesões ao bebê durante o parto vaginal pélvico.
A posição fetal pode determinar o tipo de parto?
Sim, a posição fetal é um dos principais fatores que podem determinar o tipo de parto mais recomendado. A apresentação cefálica com posição occipital anterior é a mais indicada para o parto vaginal. Em casos de apresentações pélvica, de face, de fronte ou córmica, o parto vaginal pode ser mais arriscado e, em muitos casos, a cesárea é o método de eleição para garantir a segurança da mãe e do bebê.
No entanto, em algumas situações de apresentação pélvica, um parto vaginal planejado pode ser uma opção, dependendo da experiência da equipe médica, das características da pelve materna e do tipo específico de apresentação pélvica.
A decisão sobre o tipo de parto deve ser individualizada e discutida entre a gestante e o médico obstetra, considerando todos os fatores envolvidos.
Quais exames auxiliam a acompanhar a posição fetal?
O acompanhamento da posição fetal é feito rotineiramente durante o pré-natal. O exame físico realizado pelo médico obstetra, através da palpação abdominal, pode dar indicativos da posição do bebê.
No entanto, o ultrassom obstétrico é o exame de imagem mais utilizado para confirmar a posição fetal e avaliar outros aspectos importantes da gestação, como o crescimento do bebê, a quantidade de líquido amniótico e a localização da placenta.
Já o ultrassom morfológico, realizado geralmente no segundo trimestre, é particularmente útil para avaliar detalhadamente a anatomia do feto, o que indiretamente auxilia na avaliação da sua situação e apresentação.
Durante o pré-natal, a realização periódica do ultrassom obstétrico permite acompanhar as mudanças na posição fetal ao longo da gestação e identificar se o bebê se encontra em uma posição favorável para o parto vaginal à medida que a data prevista se aproxima.
Caso uma posição desfavorável seja identificada mais cedo na gestação, em alguns casos, manobras como a versão cefálica externa podem ser tentadas por profissionais experientes para girar o bebê para a posição cefálica.
Fonte: Dr. Heron Werner Jr. – Ginecologista, obstetra e ultrassonografista