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Sintomas de trombose: saiba quais são e formas de diagnosticar as causas

Em muitos casos, a condição exige intervenção médica imediata pois há risco de morte

Por Raquel RibeiroPublicado em 12/03/2025, às 11:26 - Atualizado em 12/03/2025, às 14:00

sintomas de trombose

Os sintomas de trombose podem surgir de forma silenciosa, mas reconhecer os primeiros sinais é essencial para evitar complicações graves. De acordo com a SBACV (Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular), a trombose, condição caracterizada pela formação de coágulos que podem obstruir a circulação, é mais comum entre as mulheres na faixa entre os 20 e 45 anos.

Sintomas de trombose: quais são os primeiros sinais? 

Os primeiros sinais da trombose podem variar conforme o tipo – arterial ou venosa.  

Na trombose arterial, muitas vezes, os primeiros sintomas são eventos graves, como AVC (acidente vascular cerebral) ou infarto, pois a obstrução impede a circulação do sangue oxigenado para os tecidos.  

Já na trombose venosa, especialmente na trombose venosa profunda (TVP), os sintomas mais comuns incluem inchaço, dor repentina e sensação de peso na região afetada, geralmente nas pernas. No entanto, nem sempre esses sinais aparecem, tornando a condição silenciosa em muitos casos.  

Agora, quando um coágulo se desloca para os pulmões, pode ocorrer embolia pulmonar, que se manifesta por dor no peito, falta de ar e aceleração dos batimentos cardíacos, exigindo atendimento médico imediato. 

Sintomas de trombose em estado avançado 

Os sintomas da trombose em estado avançado podem ser graves e representar um risco imediato à saúde.  

Na trombose arterial, por exemplo, a progressão do quadro pode levar a complicações sérias como Acidente Vascular Cerebral (AVC), infarto do miocárdio (IAM), gangrena e até amputação de membros, dependendo da área afetada pela obstrução do fluxo sanguíneo. 

Já na trombose venosa profunda, quando não tratada a tempo, pode resultar em síndrome pós-trombótica, caracterizada por deficiência na drenagem do sangue, causando inchaço persistente, sensação de peso, úlceras na pele e feridas de difícil cicatrização. 

A complicação mais perigosa da TVP é a embolia pulmonar, que apresenta sinais como dor intensa no peito que se agrava com o tempo, falta de ar, batimentos cardíacos acelerados, palidez e, em casos graves, parada cardíaca. Conforme explicado anteriormente, esses sintomas exigem atendimento médico imediato. 

Regiões do corpo que podem ser afetadas pela trombose 

A trombose pode afetar diversas regiões do corpo, dependendo do tipo e da localização do coágulo. No caso da trombose arterial, afeta órgãos vitais como o coração, o cérebro e outras partes do corpo, podendo resultar em isquemia, gangrena e, em casos graves, amputações.

Já a trombose venosa ocorre mais frequentemente nas pernas, devido à dificuldade do sangue em retornar ao coração contra a força da gravidade, mas também pode acometer outras veias como as subclávias, a veia porta, veia renal e as dos membros superiores, por exemplo. 

De qualquer forma, uma trombose também pode atingir outras regiões, como o cérebro (trombose venosa cerebral) e os rins (trombose venosa renal). Em casos mais graves, um coágulo pode se deslocar para os pulmões, causando embolia pulmonar. 

O que causa a trombose? 

A trombose ocorre devido à formação de coágulos sanguíneos (trombos) dentro dos vasos, podendo bloquear o fluxo normal do sangue. As causas variam conforme o tipo: 

  • Trombose arterial: geralmente associada ao acúmulo de placas de gordura nas artérias (aterosclerose), que podem se romper e gerar coágulos.  
  • Trombose venosa: está ligada a três fatores principais, conhecidos como tríade de Virchow: 
  • Fluxo sanguíneo lento – permanecer muito tempo sentado ou imóvel, como em viagens longas, pode favorecer a formação de coágulos. 
  • Lesão na parede do vaso – traumas, exercícios intensos ou cirurgias podem desencadear o problema. 
  • Alteração na consistência do sangue – condições como desidratação, uso de anticoncepcionais, gravidez, tabagismo e trombofilia podem tornar o sangue mais espesso e propenso à coagulação. 

Ainda dentre as causas adquiridas destaca-se a Síndrome Antifosfolípide, que consiste no comprometimento da função normal do sistema hemostático pela presença de anticorpos direcionados contra a membrana fosfolipídica de algumas células e/ou a proteínas que se ligam a essas membranas. 

Além disso, fatores genéticos podem influenciar o risco de trombose, como a deficiência da Antitrombina III, da proteína C, proteína S, fator V de Leiden, hiperhomocisteinemia, alterações no sistema fibrinolítico, entre outras.

Algumas condições genéticas já podem estar presentes desde a infância, o que explica a ocorrência de trombose nos pacientes pediátricos, outras, na fase adulta, impondo mais risco, por exemplo, na gestação. 

Nesse sentido, podemos pesquisar as diferentes mutações, por exemplo, a Pesquisa Mutações C677T e A1298C do gene MTHF identifica variações genéticas que podem influenciar o risco de trombose. Essas mutações afetam a enzima metilenotetrahidrofolato redutase (MTHFR), reduzindo sua atividade e podendo levar ao aumento dos níveis de homocisteína no sangue (hiper-homocisteinemia).

Níveis elevados de homocisteína estão associados a um maior risco de formação de coágulos sanguíneos, aumentando a probabilidade de trombose venosa e arterial. No entanto, a presença dessas mutações não significa que a trombose ocorrerá, pois, outros fatores genéticos e ambientais também influenciam esse risco. 

Quando procurar por um médico? 

O médico deve ser procurado imediatamente após notar os sintomas de trombose, pois essa condição pode causar complicações graves e até mesmo levar à morte. 

Os profissionais mais indicados para diagnosticar e tratar a trombose são o angiologista e o cirurgião vascular. 

Riscos da trombose

Os principais riscos associados à trombose são: 

  • Obstrução do fluxo sanguíneo: a formação de coágulos pode bloquear a circulação, impedindo o transporte de oxigênio para os tecidos. 
  • Isquemia: quando a falta de oxigenação pode comprometer órgãos e tecidos. 
  • AVC: caso o trombo se forme em uma artéria cerebral. 
  • Infarto: quando a obstrução ocorre em uma artéria do coração. 
  • Gangrena e amputações: a falta de circulação em membros pode levar à necrose dos tecidos. 
  • Síndrome pós-trombótica: pode causar inchaço crônico, dor e formação de úlceras na região afetada. 
  • Embolia pulmonar: se um coágulo se desprender e alcançar os pulmões, pode comprometer a respiração e levar à morte. 
  • Lesão permanente nas veias: coágulos mal absorvidos podem causar problemas de drenagem sanguínea e feridas de difícil cicatrização. 
  • Dificuldade na cicatrização: a circulação prejudicada pode dificultar a recuperação de ferimentos. 
  • Parada cardíaca: em casos graves de embolia pulmonar, a condição pode ser fatal se não tratada a tempo. 

Exames utilizados para identificar os sintomas de trombose 

Existe uma série de exames que auxiliam na identificação dos sintomas e no diagnóstico de trombose. A maioria deles são exames de imagem como a ultrassonografia com doppler para avaliação do fluxo sanguíneo e identificação de coágulos; angiografia, exame que usa raios-x para visualizar os vasos sanguíneos; e angiotomografia, que avalia se os coágulos migraram para outros órgãos.

Além disso, um exame de sangue chamado de D-dímero ajuda a identificar o paciente que não apresenta trombose, ou seja, é um teste para exclusão do processo tromboembólico.

Exames genéticos que podem auxiliar no diagnóstico da trombose 

Exames genéticos podem auxiliar no diagnóstico da trombose de causa hereditária e incluem a pesquisa da mutação do fator V de Leiden, protrombina mutante, as mutações C677T e A1298C do gene MTHFR, entre outras.

As mutações C677T e A1298C do gene MTHFR, por exemplo, podem levar ao aumento dos níveis de homocisteína no sangue, o que está associado a um maior risco de formação de coágulos e trombose. No entanto, a presença dessas mutações não garante que a trombose ocorra, pois, outros fatores também influenciam o risco. 

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Formas de tratamento para a trombose 

O tratamento da trombose varia conforme o tipo e a gravidade do problema. Para a trombose arterial, podem ser utilizados medicamentos anticoagulantes e substâncias que ajudam a restabelecer o fluxo sanguíneo. Em alguns casos, é necessário recorrer à angioplastia ou à cirurgia de revascularização para desobstruir as artérias afetadas.

Já para a trombose venosa, o tratamento inclui o uso de anticoagulantes, meias de compressão e, em situações mais graves, procedimentos cirúrgicos. No caso da trombose venosa profunda, onde há risco de embolia pulmonar, a intervenção deve ser imediata para evitar complicações graves.

 

Fonte: Dra. Marjorie Paris Colombini – médica responsável pela área de Medicina Laboratorial em Hematologia e Hemostasia da Dasa.

 

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