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    Treino de força reduz risco de morte, diz estudo

    Pesquisa analisou efeitos que 30 a 60 minutos de musculação por semana têm no organismo

    Por Danielle SanchesPublicado em 27/06/2022, às 17:11 - Atualizado em 25/05/2023, às 14:07
    Foto: Shutterstock

    Não é de hoje que a medicina sabe dos benefícios da prática de exercícios físicos para a nossa saúde. Agora, a ciência também mostra que apenas a prática de musculação, mesmo sem incluir atividades cardiorrespiratórias, já é suficiente para reduzir o risco de morte.  

    De acordo com uma pesquisa feita por especialistas da Universidade de Tohoku, no Japão, praticar entre 30 e 60 minutos por semana de exercícios de força muscular pode reduzir o risco de morte em até 17%.  

    A análise, publicada no British Journal of Sports Medicine, foi feita com base em outros 16 estudos desenvolvidos anteriormente com dados de quase 480 mil pessoas coletados durante 25 anos .  

    Os dados mostraram que as atividades de força muscular estavam associadas a uma redução de até 20% no risco de morte por qualquer causa. E, como esperado, doenças cardiovasculares, diabetes e câncer foram as doenças com maior redução de risco.  

    Mas, vale reforçar que o trabalho realizado é observacional e, por isso, não pode atribuir relação direta de causa e efeito entre a prática da musculação e a redução do risco de morte. No entanto, ele nos dá indícios de que sair do sedentarismo, de fato, tem um impacto positivo na saúde de qualquer pessoa. 

    Treinos de força: por que são importantes?  

    De acordo com o cardiologista Otávio Gebara, coordenador da Unidade Coronariana do Hospital Santa Paula, em São Paulo, e diretor estratégico de projetos médicos do Grupo Dasa, qualquer atividade física é importante para reduzir as chances de ficar doente. “Exercitar-se reduz a inflamação no corpo, e sabemos que diversas doenças estão associadas a esse processo inflamatório, como câncer, depressão e problemas cardiovasculares”, afirma.  

    No caso dos treinos de força, eles têm um papel importante em desenvolver o equilíbrio corporal e a propriocepção – como é chamada a capacidade que o corpo tem de se localizar espacialmente no ambiente, notando sua posição e orientação a fim de manter-se equilibrado quando está em movimento ou parado.  

    “Para idosos, especialmente, as quedas podem ser graves e representam uma grande causa de morte prematura”, avalia Gerbara. “Por isso, trabalhar a força muscular é importante para evitar esse tipo de acidente”, acredita.  

    No entanto, o médico reforça que ser fisicamente ativo não quer dizer necessariamente a prática de exercícios físicos. “Pode-se descer do ônibus antes para caminhar até o trabalho ou subir escadas ao invés de pegar o elevador”, exemplifica. “E o mais importante é que a pessoa seja fisicamente ativa no seu dia a dia.” 

    Foto: Shutterstock

    Treinos de força x cárdio: qual é melhor? 

    Para o especialista em fisiologia do esporte Diego Leite, diretor da DLB Assessoria Esportiva, tanto os treinos de musculação como os de atividades cardiorrespiratórias (ou treinos aeróbicos) são importantes para a manutenção da saúde e prevenção de doenças relacionadas ao sedentarismo. “Cada tipo de treino tem um papel importante e se complementam”, afirma.  

    Segundo ele, os exercícios de força: 

    • Ajudam a ganhar e manter massa muscular; 
    • Evitam a sarcopenia (perda de massa muscular); 
    • Aumentam a Taxa Metabólica Basal, que promove maior gasto calórico diário e metabolização da gordura corporal; 
    • Previnem sobrecargas articulares e problemas posturais. 

    Por outro lado, os benefícios dos exercício aeróbicos (cárdio) incluem: 

    • Aumento da capacidade cardiorrespiratória e de distribuição do sangue pelo corpo; 
    • Controle da pressão arterial e da gordura corporal; 
    • Fortalecimento de músculos específicos que ajudam a manter o equilíbrio e a mobilidade; 
    • Redução nos índices de ansiedade e depressão. 

    Portanto, a junção das duas práticas acaba permitindo um avanço da idade com mais autonomia e equilíbrio físico e emocional, o que tem relação direta com a longevidade. “Ter um corpo saudável permite que o indivíduo mantenha suas atividades físicas e mentais por mais tempo sem grandes adaptações”, finaliza. 

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