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    Ictiose: doença não tem cura; mas é possível controlar os sintomas

    Condição pode ser hereditária ou surgir em decorrência de outras condições de saúde

    Fonte: Dra. Luísa JuliattoDermatologistaPublicado em 18/02/2025, às 11:02 - Atualizado em 18/02/2025, às 16:46

    ictiose

    Ictiose é o nome dado a um grupo de doenças de pele caracterizadas pelo espessamento, ressecamento e descamação excessiva, muitas vezes formando estruturas poligonais comparadas à textura de escamas de peixe. Essa condição pode ser hereditária ou adquirida e varia em gravidade. Entender os sintomas e os tratamentos adequados é essencial para melhorar a qualidade de vida de quem convive com a ictiose.

    Ictiose: o que é?

    A ictiose corresponde a um grupo de doenças diversas que leva à alteração da superfície da pele, causando espessamento, ressecamento e descamação excessiva. Essas alterações podem mimetizar escamas de peixe, descrição clássica das ictioses.

    Tipos de Ictiose

    As ictioses podem ser divididas em duas categorias principais: congênitas (hereditárias) e adquiridas. As ictioses congênitas aparecem logo no nascimento ou na primeira infância. Elas incluem: 

    • Vulgar: associada a mutações na proteína filagrina, essencial para a hidratação e estrutura da pele, manifestando-se no primeiro ano de vida. É forma mais leve e de intensidade variável.  
    • Ligada ao X: afeta os meninos, com escamas na pele mais escurecidas que aparecem em regiões como mãos, pés, pescoço e nádegas, se apresentando nas primeiras semanas de vida. 
    • Lamelar: surge logo ao nascimento devido a mutações no gene TGM1, essencial para função da epiderme, acometendo toda pele e face por toda vida de forma mais disseminada e intensa que a ictiose vulgar. 
    • Bolhosa: apresenta espessamento da pele e formação de pequenas bolhas e erosões. A pele apresenta odor forte pela proliferação bacteriana. Essa condição decorre de mutações nos genes KRT1 ou KRT10, responsáveis pela produção de queratina. 
    • Arlequim: uma forma extremamente grave que afeta recém-nascidos, que geralmente nascem com pele tão espessada que dificulta os movimentos, além de rachaduras profundas, causadas por alterações no gene ABCA12. Essas fissuras podem provocar desidratação e infecções. 

    Já a ictiose adquirida surge mais tarde, geralmente relacionada a doenças como insuficiência renal, hipotireoidismo, linfoma de Hodgkin e outras neoplasias, desnutrição, ou infecção por HIV e HTLV. Em alguns casos, pode ser uma reação adversa a medicamentos, como ácido nicotínico, triparanol e butirofenonas. 

    Sinais da ictiose 

    A ictiose é caracterizada principalmente pelo espessamento, descamação formação de escamas. No entanto, outros sinais também podem estar presentes, como: 

    • Ressecamento intenso na pele 
    • Descamação nas palmas das mãos, plantas dos pés e no couro cabeludo 
    • Queda de cabelo 
    • Linhas mais profundas na pele 
    • Redução na produção de suor 
    • Coceira frequente  
    • Dificuldade na movimentação das articulações em alguns casos.  

    É importante mencionar que os sintomas podem variar conforme a área afetada, e condições climáticas frias e secas tendem a agravar o quadro. 

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    Qual médico procurar? 

    A ictiose exige acompanhamento de um dermatologista ou pediatra, já que os cuidados podem variar conforme o caso. Além disso, geneticistas podem ser consultados para os casos de ictioses hereditárias.  

    Como é feito o diagnóstico da ictiose? 

    O diagnóstico da ictiose varia conforme o tipo da condição. Nas ictioses hereditárias, o quadro geralmente é identificado logo após o nascimento ou durante a infância, quando surgem as escamas características na pele.

    Para confirmar e classificar a ictiose, os médicos irão avaliar a história, as lesões de pele, antecedentes familiares e outros sintomas associados. Pode ser necessária a biópsia de pele e testes genéticos. Nas ictioses adquiridas, também será feita a investigação do desencadeante. 

    Tratamentos para a ictiose 

    A ictiose não tem cura definitiva, especialmente nos casos hereditários (ictiose congênita ou genética), pois está relacionada a mutações genéticas que afetam a função da epiderme. No entanto, é possível controlar os sintomas com o uso de cremes hidratantes com ureia, ácido lático ou lactato de amônio, imediatamente após o banho para hidratar a pele, além de evitar água muito quente durante o banho e com sabonetes suaves 

    Nos casos mais graves, podem ser prescritos retinoides, em forma de pomadas ou comprimidos, para acelerar a renovação celular.
    Já nos casos de ictiose adquirida, causada por fatores como doenças subjacentes ou uso de medicamentos, tratar a condição primária pode ajudar a melhorar os sintomas. O acompanhamento com um dermatologista é fundamental.

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