Como congelar comida em casa
Entenda quais alimentos podem ser congelados e como fazer o processo adequadamente
A gente já sabe: preparar a própria comida é bom para a saúde e para o bolso. Quando a gente cozinha, consegue fazer escolhas mais saudáveis e não pesar a mão em itens como sal, gordura e açúcar.
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Mas com a rotina repleta de compromissos, muitas vezes fica complicado, né? Não tanto se você se planejar e congelar uma série de alimentos com antecedência.
Ué, mas pode? Sim, a comida não estraga (você evita o desperdício) e a perda de nutrientes no congelamento é irrisória.
“É uma forma segura de ter alimentos saudáveis em casa, além de ser prático para o dia a dia”, afirma Marcela Worcemann, nutricionista especializada em veganismo.
Mas congelar não significa simplesmente pegar as compras do mercado e colocá-las no freezer. É preciso estar atento ao tipo de produto em questão, ao recipiente utilizado e aos métodos de congelamento.
Quais alimentos posso congelar?
A resposta depende bastante da maneira como o alimento será consumido após o descongelamento. Você até pode congelar alimentos crus, mas, depois, não tem como fazer uma salada, por exemplo.
Verduras e legumes
Você pode congelar ingredientes crus para, posteriormente, refogar ou fazer um suco verde. Verduras como couve, salsinha e espinafre são boas opções. Já legumes como cenoura e beterraba podem ser congelados ralados e utilizados diretamente em sopas ou, então, em vitaminas.
Embora seja possível congelar alimentos crus, a melhor forma para preservar as suas características nutricionais e sensoriais é pela técnica de branqueamento.
“O branqueamento pode ser feito com quase todos os legumes e verduras”, afirma Worcemann. O método é composto por três etapas:
- Cozinhar o legume ou a verdura já cortado por alguns minutos em água fervente (o tempo varia conforme o alimento, mas, no geral, o período de cozimento é curto)
- Em seguida, realizar um choque frio, colocando o alimento em água com gelo para interromper o cozimento
- Congelar o alimento
Ao descongelar, basta finalizar o cozimento. Como o alimento estará pré-pronto, esse segundo cozimento deve ser mais curto do que o normal. Isso porque, no processo de congelamento, as comidas ficam mais macias. Se você cozinhar demais, pode ser que elas fiquem muito moles para consumo.
Grãos
Quase todos os grãos podem ser cozidos e congelados. O arroz provavelmente ficará com uma textura um pouco diferente. Mas as leguminosas — feijão, grão-de-bico, ervilha, lentilha — se dão bem no freezer.
Uma sugestão é cozinhar e congelar sem temperar. Deixe para fazer a parte do tempero depois de descongelado, quando for servir a comida.
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Frutas
A maioria das frutas também podem ser congeladas, porém não para o consumo usual, já que a textura muda por causa do freezer.
“No caso das frutas, precisamos saber se elas ficariam boas como um sorvete (batidas para vitaminas e sucos) ou numa calda cozida”, explica Jeisa Tartari, cozinheira especializada em organização alimentar.
O que é melhor não congelar?
No geral, os alimentos que contêm muita água e os que não podem ser cozidos posteriormente não são ideais para congelamento. Por isso, não é recomendado congelar frutas como melancia, melão e maçã.
Outros alimentos que devem evitar o freezer são: pepino, alface e batata. Para a batata, porém, há exceções. “Ela vai funcionar muito bem se for no formato de purê, creme ou dentro de uma sopa com cortes pequenos”, opina Tartari.
Como congelar comida na prática?
O primeiro passo é a organização. Programe-se para congelar os alimentos enquanto eles ainda estão frescos. Faça isso no mesmo dia em que prepará-los ou, no máximo, um dia depois.
“Evite ficar congelando sobras de comida que não foram consumidas”, aconselha Jeisa Tartari. “A comida para o congelamento precisa ser feita pensando em congelar”, complementa.
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Para o descongelamento, a dica é deixar o alimento na geladeira por 24 horas. Isso diminui a quantidade de flocos de água e traz mais agilidade para o momento de aquecimento ou finalização da refeição.
E prefira potes de vidro. Eles são mais adequados para descongelar no micro-ondas ou em banho maria. “Quando a gente congela no pote de plástico, pode haver contaminação do plástico para o alimento”, comenta Marcela Worcemann.
A nutricionista também recomenda ficar atento à validade e deixar registrada a data de congelamento. “O tempo varia muito de alimento para alimento, mas, em média, a gente entende que a maioria fica boa por três meses”, diz.
Comprar comida congelada é uma boa?
O ideal é consumir alimentos frescos. Caso você não esteja com muito tempo ou queira evitar o desperdício, vale a pena optar pelo congelamento caseiro.
Os pratos prontos congelados devem ser a última alternativa sempre que possível. “São para quebrar um galho de vez em quando”, define Worcemann.
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Por serem ultraprocessados, eles contêm muito sódio, gorduras e conservantes. Se for necessário comprá-los, fique de olho no teor de gordura e na lista de ingredientes.
“Quanto mais nomes desconhecidos estiverem na composição, mais a gente fica com um pé atrás em relação à qualidade”, diz a nutricionista. “Sempre que puder fugir dos ultraprocessados, melhor.”