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    Transtorno alimentar: você sabe identificar esse quadro?

    Doenças são caracterizadas por hábitos alimentares irregulares, como restrição ou ingestão excessiva de alimentos

    Por Patricia JulianelliPublicado em 08/03/2024, às 16:48 - Atualizado em 11/04/2024, às 17:35

    transtorno alimentar

    Essas doenças são bastante comuns, mesmo que ainda exista bastante tabu em relação a ela. Estamos falando do transtorno alimentar, distúrbio que afeta cerca de 1 em cada 10 pessoas no mundo. Siga a leitura para conhecer os diferentes tipos de transtorno, como é feito o diagnóstico e as formas de tratamento.

    O que é transtorno alimentar?

    Transtornos alimentares são doenças caracterizadas por hábitos alimentares disfuncionais, como restrição ou ingestão excessiva de alimentos. Elas geram sofrimento e estão ligadas a uma preocupação excessiva com o peso ou forma do corpo.

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    Não falamos aqui de eventuais episódios de ausência de fome ou de exagero em relação à comida. Existem critérios para classificar um transtorno alimentar e eles estão diretamente ligados à frequência e intensidade das desordens alimentares.

    Há vários fatores que podem contribuir para o desenvolvimento de um transtorno alimentar, desde genética e traços de personalidade até traumas sofridos no convívio social. Eles podem surgir em qualquer fase da vida, mas, em geral, aparecem na adolescência ou no início da vida adulta.

    Tipos de transtorno alimentar

    Há diversos comportamentos que podem ser classificados como transtorno alimentar e que impactam diretamente na saúde das pessoas.

    Os transtornos costumam estar ligados à ansiedade, à depressão e aos problemas emocionais relacionados à família ou grupos sociais. Confira os mais comuns a seguir.

    Transtorno alimentar compulsório 

    O Transtorno alimentar compulsório – conhecido pela maioria das pessoas como compulsão alimentar – é o transtorno alimentar mais comum no Brasil. Ele é caracterizado pela ingestão, em curto espaço de tempo, de grandes quantidades de alimentos em comparação ao que outras pessoas consumiriam em situações semelhantes, com a sensação de descontrole.  

    A doença acarreta prejuízos notáveis na qualidade de vida do paciente, gerando comprometimento em graus variados nas atividades laborais e na vida pessoal. No entanto, o diagnóstico é realizado em apenas uma pequena parcela da população.

    Neste transtorno, não há tentativas de eliminar os alimentos consumidos, como a indução do vômito ou a ingestão de laxantes. Em geral os episódios de compulsão estão associados a sentimentos como tristeza, ansiedade e estresse, e trazem a culpa e a vergonha como consequência.  Alguns pacientes desenvolvem o hábito de esconder alimentos ou comer escondido por medo do julgamento alheio.

    Bulimia 

    A bulimia nervosa, ou apenas bulimia, é um distúrbio alimentar que se caracteriza por episódios de consumo excessivo de alimentos seguidos por um comportamento compensatório.

    Por causa da culpa e do medo do ganho de peso, a pessoa induz vômitos, provoca uma diarreia e até pratica atividade física em excesso. Com frequência, a pessoa sente culpa e vergonha em relação ao próprio comportamento.

    Anorexia 

    A anorexia é caracterizada pelo medo compulsivo de ganhar peso. Por causa dele, a pessoa passa a comer muito pouco e a escolher alimentos baixos em calorias.

    A pessoa com anorexia tende a ser enxergar acima do peso mesmo quando está muito abaixo dele. Trata-se de um transtorno alimentar com alta taxa de mortalidade já que a perda de peso é muita rápida.

    Transtorno alimentar restritivo evitativo

    No Transtorno alimentar restritivo evitativo (TARE), a pessoa evita certos grupos alimentares seja pela aparência, cor, textura, odor, temperatura e até paladar mesmo.

    Em geral, essas pessoas só conseguem comer alguns alimentos e a possibilidade de que esse padrão seja quebrado já gera ansiedade.  

    O TARE pode levar a déficits nutricionais e, no caso das crianças, afetar o desenvolvimento. 

    Vale ressaltar que os indivíduos podem ter mais de um transtorno alimentar simultaneamente, e que podem também coexistir doenças mentais.

    Quais são os sintomas de transtorno alimentar? 

    Os sintomas variam de acordo com o tipo de transtorno. Mas, em geral, existe uma preocupação excessiva com o corpo (especialmente o peso) e a alimentação.

    Na anorexia, por exemplo, um sintoma importante é a rápida perda de peso. Há uma distorção de imagem e, como a pessoa sempre se enxerga acima do peso, ela come muito pouco. Há mulheres que inclusive param de menstruar e desenvolvem anemia.

    Muitas vezes, nem o paciente percebe o transtorno – já que nunca está satisfeito com o corpo – nem a família, já que, muitas vezes, o paciente tende a se esconder embaixo de roupas mais largas.

    No caso de bulimia, como o paciente induz o vômito e faz uso de laxantes e diuréticos, alguns sintomas iniciais estão relacionados ao trato gastrointestinal, como náuseas, refluxo, diarreia e dor abdominal. Com o tempo, o paciente pode apresentar desnutrição, queda de cabelo, unhas quebradiças e cansaço persistente.

    Como é feito o diagnóstico? 

    O diagnóstico inicial de transtorno alimentar pode ser feito tanto por um psicólogo ou psiquiatra como por um endocrinologista, um gastroenterologista ou um nutricionista.

    Qual médico procurar? 

    Por se tratar de um distúrbio psiquiatra, em caso de suspeita de transtorno alimentar, o médico inicialmente a ser procurado é o psiquiatra. Mas lembrando que o tratamento será feito por uma equipe.

    Como é feito o tratamento para transtorno alimentar? 

    O tratamento para transtornos alimentares deve ser sempre multidisciplinar. A equipe deve ser formada por um médico psiquiatra, um psicólogo, um nutricionista e um endocrinologista.

    Em geral, se não há risco de morte, o tratamento pode ser feito com psicoterapia, acompanhamento nutricional e medicamentos.  Precisamos lembrar da importância crucial da psicoterapia nessas condições. Tomar apenas medicações muitas vezes não é suficiente.

    A família exerce papel fundamental na reabilitação do paciente. Isso porque ele precisa sentir que tem uma rede de apoio e um espaço onde não será julgado, mas somente acolhido.

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    Fonte: Dra. Gabriela Dias, endocrinologista do Hospital Nove de Julho (SP), especialista em transtornos alimentares 

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