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    Crise de ansiedade: o que é e como ajudar

    Escutar e incentivar a busca por ajuda profissional estão entre as alternativas

    Por Raquel RibeiroPublicado em 22/04/2022, às 20:31 - Atualizado em 12/06/2023, às 18:19
    Homem ansioso em frente a um computadorFoto: Shutterstock

    Preocupação excessiva, medo, taquicardia e falta de ar. Esses são apenas alguns dos sintomas físicos e psicológicos experimentados por pessoas com crise de ansiedade. E, se você não se considera uma, certamente conhece alguém que apresenta esses sintomas ou se considera uma pessoa ansiosa.

    O Brasil é o país mais ansioso do mundo, com 18,6 milhões de brasileiros, cerca de 9,3% da população. É o que mostra um relatório da Organização Mundial da Saúde.

    Então, se você nunca vivenciou uma crise de ansiedade, poderá ajudar algum amigo ou colega a passar por esse momento. Basta munir-se de informação.

    Afinal, no momento da crise, desesperar-se ou maximizar o problema, tornando-o maior do que realmente é, pode agravar a situação. Mas, por outro lado, tentar minimizá-lo pode ser ainda pior. Por isso, deixe de lado qualquer julgamento, dê lugar à empatia e ofereça ajuda. Aqui vão cinco passos para facilitar o processo:

    Durante a crise de ansiedade

    1. Escute

    Ouça a pessoa o máximo que você puder e se coloque à disposição. Frases como “Eu estou aqui com você, vamos passar por isso juntos” ou indagações como “Tem algo que eu possa fazer pra te ajudar?” são maneiras de demonstrar apoio.

    Esse tipo de fala irá acolher a pessoa e mostrar que ela não está sozinha, ou seja, que tem alguém ali que se preocupa e se importa.

    2. Desvie o foco

    Além de mostrar que você está disponível, tente distrair a pessoa com coisas que você sabe que ela gosta: um passeio agradável, uma música, um chá reconfortante ou apenas sente-se ao seu lado em silêncio e segure a sua mão. Atitudes como essas já podem ajudar muito.

    A técnica de respiração também é valiosa para controlar a ansiedade. Por isso, experimente fazer um exercício de respiração junto com ela.

    Outra forma de oferecer apoio e desviar o foco da crise é lembrar de eventos que você sabe que ela tem planejado e está animada com a chegada. Manter essa expectativa saudável também é uma forma de ajudar.

    3. Evite falar coisas óbvias ou otimistas demais

    Uma pessoa com crise de ansiedade pode não conseguir contornar a situação facilmente. Por isso, frases como “fica calma”, “não fica assim” ou “isso passa” podem não ajudar muito.

    E vamos combinar que não é agradável ouvir esses conselhos em qualquer circunstância de alteração, seja ela de ansiedade ou não. Para quem sofre de ansiedade, essa atitude pode passar a impressão de que você não está dando muita importância ao problema.

    O famoso “chacoalhão” também não deve surtir efeito. Melhor do que falar frases como “Tem que enfrentar, vai pra cima”, “Supera, isso já passou” seria ouvir e demonstrar que você sabe que superar uma crise de ansiedade não é apenas uma decisão, mas um processo.

    Depois da crise de ansiedade

    4. Seja franco e objetivo

    Evite conversas e situações que possam ser gatilhos para uma nova crise. Por mais que a pessoa tenha que lidar com um tema difícil, esse momento só irá acontecer no tempo dela e com ajuda profissional, e não sob pressão, indiretas ou algo do gênero.

    “Depois preciso falar com você”. Evite falar ou enviar esse tipo de mensagem para uma pessoa ansiosa e depois sumir. Esse tipo de comunicação também pode desencadear uma nova crise de ansiedade.

    5. Incentive a busca por ajuda profissional

    Psicóloga dando as mãos para uma paciente, buscando confortá-laFoto: Shutterstock

    Um ombro amigo acolhe, mas somente o profissional é capaz de identificar a melhor conduta para um eventual tratamento de ansiedade. Por isso, reforce a importância da ajuda profissional, como um/a psiquiatra e/ou um/a psicólogo/a, e se ofereça para ir junto na consulta.

    Com o tratamento adequado, reduzimos drasticamente a chance de o quadro evoluir para transtornos mais graves, que possam impactar no trabalho, nos estudos e até mesmo nas relações interpessoais e qualidade de vida.

    Fontes: Bianca Brunelli Eduardo, psiquiatra do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP); Natalia Santos Oliveira Luz, psicóloga e especialista em psicologia clínica hospitalar pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP).

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