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Intoxicação alimentar e virose: qual a diferença?

Mesmo caracterizados por sintomas parecidos, a causa dos problemas é diferente; entenda

Por Danielle SanchesPublicado em 23/12/2022, às 17:40 - Atualizado em 30/05/2023, às 15:06

intoxicação alimentar

Verão brasileiro é sinônimo de muitas horas na praia e/ou na piscina. Mas é também um período em que vemos aumentar os casos de intoxicação alimentar e viroses gastrointestinais. 

Em comum, os dois quadros têm os seguintes sintomas: ambos costumam provocar dor abdominal, inchaço e estufamento causado por excesso de gases, náuseas e vômitos.

No entanto, as causas desses dois problemas de saúde são diferentes. Continue a leitura para saber mais. 

Quais as causas das viroses e da intoxicação alimentar?

A intoxicação alimentar é provocada pela ingestão de alimentos contaminados com bactérias, fungos ou suas toxinas, bem como vírus, parasitas e até substâncias químicas. 

As bactérias Salmonella e E.coli, por exemplo, são bastante conhecidas dos serviços de saúde por provocarem diversos surtos de intoxicação alimentar todos os anos no Brasil. 

Já a virose, como o próprio nome diz, é provocada por um vírus que invade o corpo e provoca uma infecção com sintomas gastrointestinais. 

É o caso, por exemplo, dos enterovírus, uma família de patógenos que costuma criar diversos problemas no estômago e no intestino. Outros dois vírus conhecidos que provocam gastroenterite (como é chamada a irritação e inflamação do sistema digestivo) são o rotavírus (que provoca uma doença grave especialmente em crianças) e o adenovírus. 

Mesmo com causas diferentes, no entanto, os sintomas costumam ser muito parecidos: 

  • Dor abdominal;
  • Gases e sensação de estufamento; 
  • Diarreia;
  • Náusea;
  • Vômitos;
  • Mal-estar generalizado.

No caso da virose, no entanto, a febre costuma ser mais baixa e o quadro regride em até cinco dias. Já a intoxicação alimentar é uma situação mais grave que pode perdurar por uma semana ou mais e causar febre alta, entre outras complicações. 

Como tratar os dois problemas?

O quadro de intoxicação alimentar costuma regredir sozinho após alguns dias e não causa muitos problemas – além, é claro, da sensação de mal-estar que pode persistir até o corpo se restabelecer. 

O mesmo ocorre com as viroses – que, diferente da intoxicação, geralmente provoca quadros menos complexos e com duração menor. 

Nos dois, quando os sintomas estão de leve a moderados, é possível usar analgésicos e antitérmicos, além de remédios para aliviar náuseas e vômitos. É aconselhável também ingerir probióticos, já que a diarreia elimina as bactérias benéficas do intestino. 

+ Saiba mais: O que o intestino faz além da digestão?

Mas, se a diarreia segue aquosa por muitos dias; se os vômitos estão repetidos e incontroláveis; se a febre não cede; e há dificuldade para manter a hidratação, com dificuldade de se alimentar e ingerir líquidos, é importante buscar auxílio médico rápido, especialmente crianças e idosos – grupos em que as complicações podem evoluir. 

Em casos mais graves, é necessário a reposição de fluidos via intravenosa e ainda o uso de antibióticos para combater a infecção, se for causada por bactéria.

Dá para evitar?

Sim. Especialmente durante o verão, quando as temperaturas são muito altas no Brasil, é importante acondicionar alimentos corretamente para evitar variação de temperatura – um prato cheio para a proliferação de bactérias. 

Isso é especialmente importante quando falamos em alimentos que estragam muito rapidamente quando mal acondicionados, como ovo, peixe e carne crua, maionese, leite e alguns tipos de queijo. 

Outra recomendação é sempre observar a procedência dos alimentos – e até da água – consumidos fora de casa para ter certeza de que o preparo foi feito seguindo medidas de segurança alimentar. 

No caso das viroses, o uso de máscara continua sendo recomendado especialmente em ambientes com a circulação de muitas pessoas ou aglomerações. 

Por fim, recomenda-se lavar as mãos sempre ao sair do banheiro e ao chegar em casa de algum passeio, bem como antes de fazer as refeições. 

Fonte: Sumirê Sakabe, infectologista do Hospital Nove de Julho, em São Paulo.

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