Passiflora: planta pode ser aliada de boas noites de sono
Flavonoides e alcaloides presentes na passiflora contribuem para relaxar o corpo e a mente
A passiflora é um gênero de plantas trepadeiras que vem sendo amplamente estudada por suas propriedades calmantes e antidepressivas leves. Isso graças à presença de compostos bioativos que atuam no sistema nervoso central, promovendo efeito sedativo e ansiolítico comprovado em diversos estudos de fitoterapia. Siga a leitura para saber mais sobre a planta, seus mecanismos de ação, as dosagens recomendadas e as precauções no uso.
Neste artigo, você vai ler:
Passiflora: o que é e para que serve?
A passiflora, também conhecida como maracujá-do-mato, é um gênero de plantas usadas há séculos em diversas culturas como remédio natural para acalmar nervos e induzir sono. Ela costuma ser indicada para aliviar sintomas de insônia e ansiedade, ajudando também em quadros leves de depressão.
Seus principais compostos ativos são os flavonoides (como vitexina e isovitexina) e maltol, que interagem com o sistema nervoso central, potencializando o efeito do neurotransmissor GABA e diminuindo a excitabilidade cerebral.
Benefícios da passiflora
Diversos estudos trazem indícios de que a passiflora traria os seguintes benefícios:
- Redução de tensão e estresse: o consumo regular de passiflora diminuiria a sensação de nervosismo e tensão muscular.
- Melhora da qualidade do sono: em estudos, em comparação com placebo, quem toma chá de passiflora relata adormecer mais rápido e ter sono mais profundo, sem acordar várias vezes à noite.
- Alívio da ansiedade: em estudos, houve redução significativa em escalas de ansiedade após uso de extratos padronizados da planta.
- Melhora de sintomas de menopausa: uma revisão publicada na Biblioteca do NIH (National Institutes of Health) destaca que compostos da passiflora modulam receptores GABAérgicos, o que justifica seus efeitos sedativos e ansiolíticos em mulheres menopausadas com sintomas de insônia e alterações de humor.
- Potencial antidepressivo leve: alguns compostos da passiflora atuam em receptores associados ao humor, proporcionando leve melhora em determinados quadros depressivos.
- Efeito relaxante sem dependência: ao contrário de benzodiazepínicos, não há relatos relevantes de vício ou síndrome de abstinência ao interromper o uso.
Vale mencionar ainda que evidências preliminares apontam possível benefício da passiflora na redução de sintomas de TDAH, mas pesquisas mais robustas precisam ser feitas para que especialistas de fato recomendem seu uso clínico.
Formas de consumir a passiflora
As formas mais comuns de consumo de passiflora são:
- Chá: o indicado seria preparar 1 a 2 colheres de sopa de folhas secas em 200 ml de água quente, abafar por 5–10 minutos e coar antes de beber.
- Cápsulas: extrato padronizado em dosagens que variam de 250 mg a 500 mg por cápsula.
Alguns laboratórios oferecem extrato alcoólico, normalmente em conta-gotas.
Contraindicações
A passiflora é geralmente segura, mas alguns grupos devem evitar ou consultar um médico antes de usar:
- Gestantes e lactantes;
- Crianças pequenas (menos de 12 anos);
- Pacientes em uso de sedativos potentes ou antidepressivos, para evitar potencialização do efeito;
- Pessoas com alergia conhecida a plantas da família Passifloraceae.
Possíveis efeitos adversos da passiflora
Dentre os possíveis efeitos adversos da planta, estão:
- Sonolência excessiva, se usada em doses altas ou junto com álcool;
- Tontura leve em algumas pessoas sensíveis
- Náusea ocasional, especialmente em quem tem estômago mais sensível;
- Reação alérgica rara na pele (coceira ou vermelhidão).
Fonte: Dra. Laura Lopes – Endocrinologista